quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Encontro com Dom Carlos Alberto Navarro no Campo do Seminário são José - Niterói.

Encontro com Dom Carlos Alberto Navarro no Campo do Seminário s. José de Niterói 

Logo que entrei no seminário (2000), fui falar sobre a minha família que era bem eclética religiosamente falando, pois meu pai é kardecista, a minha mãe é evangélica (Maranata) e minha irmã é esotérica (astrologia, tarô, cristais).  Ele com toda sabedoria me falou que seu pai era, também, kardecista, e que eu deveria confiar na misericórdia de Deus. Apenas ele me exortou, para dar um bom testemunho de cristão e realizar a minha parte na missão de Jesus Cristo.
Com essa conversa, eu tirei um fardo que tinha colocado sobre os meus ombros a respeito da salvação dos meus pais e familiares, pois eu tinha colocado um peso de condenação, de que eles não seriam salvos, por não serem católicos.   
Estudando psicologia (FAMATH, 2010 - 2014), na área da TCC (Terapia cognitiva-comportamental), explica que esse pensamento é uma crença nuclear distorcida (desvalor, desamor e desamparo), pois alimentamos pensamentos com verdades absolutas e imutáveis (distorcidas) que prejudicam a nossa psiqué e com isso, temos comportamentos que acabam nos adoecendo (problemas psicopatológicos) (Knapp, 2004).
No âmbito da Teologia, há  também, estudos bem saudáveis, como nos aponta o documento DOMINUS IESUS, em relação à salvação das pessoas:
Deus manifesta ordinariamente a sua graça e salvação, por meio da sua Igreja (Mt 16; Jo 21; Atos 2; Ap 12 e 22), mas que, não se limita a ela e age de maneira extraordinária, pela qual, desconhecemos (Salmo 138).
Neste tempo de multiculturalismo e religiosidade, possamos viver uma fé saudável, tanto para si mesmo e na relação com os outros que possuem a mesma fé ou não, e possamos lembrar sempre que no final de tudo é Jesus que julga e não nós.   

"Mulher, onde estão? Ninguém te condenou? Respndeu: - Ninguém, Senhor. Disse-lhe Jesus: 'Tampouco eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais" (Jo 8, 1-11). 

Este texto é uma homenagem ao nosso saudoso arcebispo de Niterói: dom Carlos Alberto Navarro, que nos ensinou a integridade em nossas ações e missão pela Igreja, onde quer que seja. Era um discípulo amado de santa Teresinha do Menino Jesus, ao qual, ele sempre a chamava de "Meu Anjo".  Ele fez sua Páscoa no dia:  02/02/2003.  

Pe. Marcelo José M. da Costa é Padre (2009) e Psicólogo (2014) da Arquidiocese de Niterói. 

REFERÊNCIAS:

Bíblia do Peregrino. (1997). São Paulo: Paulus. 

Declaração Dominus Iesus: sobre a unicidade e a universalidade salvífica de Jesus Cristo e a doutrina da Igreja (2000).

Knapp, P.  (2008).  Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática Psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

O sentido do Natal

Jesus é o Messias escolhido, para realizar o bem e nos ensinar o amor que vem de Deus. Ele nasceu numa pequena manjedoura, em um lugar simples: indicando-nos a simplicidade em nossas ações (Lc 2).
Em um momento histórico, s. Nicolau de Mira (Turquia), bispo, teve a ideia de fazer brinquedos e dar para as crianças carentes, na noite de Natal.  Essa ação ficou tão marcada, que em muitos lugares do mundo copiaram este gesto tão nobre e também,  muitas lendas foram criadas sobre ele. 
Em nossa  contemporaneidade, o capitalismo gostou da dimensão de sua imagem mundial (propaganda e marketing) e com isso usou a figura do bom velhinho, para o consumismo e que acabou distorcendo o sentido primeiro do que é realmente o Natal.  E por isso, a charge de Jesus com Papai Noel: "Todo ano você estraga o meu aniversário."
Contudo, possamos regatar a imagem essencial do Natal de Jesus e procurar viver as virtudes de s. Nicolau,  homem temente a Deus e virtuoso, pela qual,  ajudava muitas pessoas em seu tempo. 

terça-feira, 6 de outubro de 2020

"Com a sua vida, talvez ela seja o único evangelho que as pessoas leiam."

Indo na praia em Fortaleza, vi alguns jovens trabalhando e um detalhe que me chamou atenção foi a alegria que eles estavam transmitindo no serviço.   Fiquei tão encantado que fui ao encontro deles e disse: "A alegria é a pitada da vida e a pessoa sem bom humor é como um carro sem amortecedor."   Eles ficaram me olhando surpresos com o que eu disse e um deles respondeu: "É a alegria dos cearenses..."   
Não importa o que estamos realizando na vida, mas o mais importante de tudo  é  que devemos fazer as coisas com amor e isso, pode ser um belo testemunho, para as pessoas que estão ao nosso lado, sem a gente perceber.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Rede de solidariedade em momentos de pandemia.

A solidariedade é um dos elementos importantes, para o processo de resiliência humana ou coletiva (Costa, 2020), que proporciona um desenvolvimento humano saudável (salutogênico), mesmo em momentos adversos como esta pandemia que estamos vivenciando. 

A solidariedade pode ser realizada de maneira individual ou até mesmo podemos criar uma rede de ajuda mútua, para que o efeito, desta ação, possa ser bem abrangente.  

Um amigo meu me veio pedindo, para realizarmos uma oração vídeo conferência com uma senhora que iria fazer uma operação no cérebro delicada, no Hospital Icaraí.   Realizamos o vídeo com outras pessoas e a senhora ficou muito feliz com as brincadeiras e a oração.  A filha depois  nos falou que não via o sorriso de sua mamãe há muito tempo.  

Comentava com um paroquiano sobre a evangelização dessa senhora e prontamente, ele me deu uma imagem de nossa Senhora de Fátima, para oferecê-la. A filha da senhora ficou muito contente e percebeu que era um sinal importante de Nossa Senhora de Fátima que estava intercedendo pela sua mãezinha.  

Além disso, pedi para a fisioterapeuta chefe do hospital um bom apoio moral à paciente e quando ela não pode, ela sempre pede um outro profissional de saúde para atender. 

Depois de tudo, meditei como é importante a rede de solidariedade que começa com um e depois outro...Percebe-se uma rede de apoio humanitário.   Possamos sempre realizar a corrente do bem no mundo.   "Ser sal da terra e luz do mundo" (Mt 5).  


Pe. Marcelo José. 



 

sábado, 25 de julho de 2020

Criatividade e Pandemia

Criatividade e pandemia

Em tempos de Coronavirus, situações adversas nos vem constantemente e para mantermos uma boa saúde mental é necessário usarmos elementos de resiliência como a criatividade (Walsh, 2016).  

A criatividade proporciona no ser humano: vencer desafios, buscar autorrealização pessoal, estimular a nossa intuição e imaginação e olhar os problemas de forma positiva e transcendente (Wash, 2016).   

Segundo Seligman (2011) podemos desenvolver algumas virtudes, para o desenvolvimento pessoal: virtude da sabedoria que compõe a criatividade, virtude da humanidade (solidariedade, generosidade, amor ao próximo), virtude da justiça (liderar ações caritativas), da moderação (equilíbrio nas ações), da coragem (constância), da transcendência que nos aponta para a esperança, bom humor, espiritualidade.  Tais virtudes, sendo vivenciadas podem proporcionar ao ser humano a felicidade.   

Outro aspecto importante vinculado à criatividade é o otimismo, pois provoca-nos a superação das barreiras (dificuldades) que encontramos pela frente como a pandemia COVID-19.   

Uma boa metáfora, é a filosofia da formiguinha, ou seja, saber contornar os problemas que se apresentam e em seguida, proceguir adiante, mas não se deixar paralizar ou fugir nas dificuldades.   

Com este isolamento social, podemos aproveitar melhor o tempo para descobrir em nós mesmos tesouros escondidos como: poesias, músicas, desenhos, vídeos, livros e redações, aprender uma nova língua, estudar um país e ver lugares fantásticos, fazer um curso ou até mesmo uma faculdade (pós-graduação), ver filmes em grupos e comentar sobre eles na internet, usar diversos aplicativos (foto, vídeo).

Um exemplo que dou, bem propício, é a festa junina/julina.   Uma vez, realizando um trabalho de pesquisa, a equipe de saúde fez uma festa junina, para os pacientes onco-hematológicos  que ficaram entusiasmados com a festa e com direito ao casamento da roça e trajes próprios.  Todos participaram: profissionais, pacientes e familiares dos pacientes mostrando um aspecto humanizado, mesmo em um ambiente de dor, sofrimento e morte. 

Um outro exemplo foi uma prima minha que realizou uma linda festa julina que envolveu a todos em sua casa.  Todos estavam vestidos à caráter, fizeram comidas típicas, tocaram músicas e dançaram,... Souberam dar valor ao tempo vivendo com muito bom humor e ainda, mantendo as restrições deste momento de pandemia. 

Possamos aproveitar bem a criatividade, neste período, usando as asas da imaginação e intuição, para mantermos uma boa saúde mental e desenvolvimento humano. 


Marcelo José M. da Costa - Mestre em Psicologia Social e do Desenvolvimento Humano.   Criatividade e pandemia

Foto de minhas primas Russa e Cyntia realizando a festa junina