O filme barbie (2023) faz a sua própria crítica de um mundo esteretipado, de qualquer tipo de condicionamentos que possam tirar a identidade e liberdade do ser humano.
É um filme para adultos, pois tinha uma criança ao meu lado do cinema que detestou e ainda mais, o filme foi legendado: "Eu não gostei desse filme, mãe".
E ainda, tinha uma adolescente insatisfeita, pois não entendeu nada do filme e lhe falei: É o mundo do tic toc que quer nos conduzir e tirar a nossa dignidade...(mundo do mais fácil, prático, sem esforço).
A dificuldade dos binômios em nossa sociedade: homem e mulher, patriarcal-matriarcal, hetero-lgbt+, rico-pobre,...que não conseguem ter uma harmonia mediante as polarizações. Isso nos causa um desgaste emocional muito grande com conflitos internos conosco e com os outros (o respeito aos outros é uma das saídas para harmonizar essas situações).
O filme nos mostra pontos de reflexão de como estamos vivendo a nossa vida: trabalhos repetitivos que nos tiram a liberdade e a criatividade de nosso lazer.
Viver no nosso próprio mundo como o da Barbie ou do Ken mediante o nosso egoísmo e ainda, pode acentuar e piorar num narcisismo.
Contudo, se faz necessário olhar para dentro de nós mesmos e observamos quem somo nós e qual o nosso papel nesse mundo sem condicionamentos que nos tiram a própria liberdade e identidade.
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- A filosofia do sentido de vida de Victor Frankl aponta para o "espiritual" no homem que compreende, ontologicamente (o ser), a dimensão de lucidez e autoconsciência que nos ensina a confrontar com toda gama de condicionamentos: sejam estes sociológicos, biológicos ou psíquicos que nos ajudam a desvendar a capacidade humana de decisão e autoconfiguração:
"Por definição, o espiritual é só o livre no homem. Partindo de um princípio, chamamos 'pessoa' só aquilo que pode comportar-se livremente, sejam quais forem as circunstâncias" (Frankl, 1995, p. 96).
Portanto, a dimensão espiritual auxilia a humanidade com a capacidade de tornar inteligíveis as dinâmicas de determinação e controle de que ele participa, transformando o que a princípio mostra-se como automatismo em autonomia.
Pe. Marcelo José